Vulnerabilidades em Códigos Fonte e a Importância do DevSecOps
Com a transformação digital, os serviços oferecidos de “forma analógica”, física, ou presencial, foram sendo migrados para as telas dos computadores. Para atender tal demanda, temos as aplicações no centro dessa evolução tecnológica, provendo as funcionalidades e comodidades para o usuário em dispositivos que cabem na palma da mão e que permitem o acesso a qualquer hora ou lugar.
Neste cenário, a demanda pelo desenvolvimento de novas aplicações aumenta a cada dia, assim como as preocupações envolvendo a segurança destas aplicações, já que a grande maioria dessas aplicações, suportam serviços essenciais para empresa que manipulam dados e informações sensíveis, e, ao migrar para o meio digital, passam a serem suscetíveis às ações maliciosas de cibercriminosos.
Outro ponto importante é o que se refere aos ambientes e a infraestrutura de desenvolvimento atuais, que também evoluíram tecnologicamente, provendo ambientes integrados e colaborativos na nuvem ou em outras aplicações web. Contudo, estes ambientes, muitas das vezes complexos, precisam contemplar estratégias e controles de segurança para garantir que aplicações sejam desenvolvidas sem vulnerabilidades que possam ser exploradas no futuro.
A base das aplicações
Os códigos fonte são a base de qualquer aplicativo ou sistema de software. Eles são escritos por desenvolvedores de software, que usam linguagens de programação para traduzir as funcionalidades e lógica do programa em instruções compreensíveis para as máquinas. No entanto, nem sempre os códigos fonte são seguros e livres de vulnerabilidades, já que comumente os desenvolvedores não se preocupam com segurança da informação, e, aplicar tais controles de segurança, tradicionalmente, era visto como um motivo de atraso na esteira do desenvolvimento. Com prazos sempre bem apertados, programadores tinham seu foco direcionado para o bom funcionamento da aplicação e sua performance.
Uma vulnerabilidade de código fonte é uma fraqueza ou falha de segurança que pode ser explorada por um atacante para comprometer a segurança do sistema ou obter acesso não autorizado a informações sensíveis. Essas vulnerabilidades podem variar de simples erros de programação à brechas complexas que, se exploradas, podem paralisar todo o negócio da corporação.
A importância de garantir que os códigos fonte sejam seguros é evidente. Uma única vulnerabilidade pode causar uma série de problemas, incluindo a perda de dados, a interrupção dos serviços, a violação da privacidade dos usuários ou até mesmo a propagação de malware para outros sistemas. Além disso, a reputação de uma empresa ou desenvolvedor de software também pode ser seriamente prejudicada por falhas de segurança em seus produtos.
Incluindo o viés de segurança: o DevSecOps explicado em detalhes.
A abordagem tradicional para garantir a segurança dos códigos fonte é realizar análises de segurança estáticas e dinâmicas. A análise estática envolve a revisão manual ou automatizada dos códigos fonte em busca de possíveis vulnerabilidades ainda nas fases iniciais do desenvolvimento do software. A análise dinâmica, por outro lado, envolve a execução do aplicativo em um ambiente controlado, ou em produção, para identificar possíveis problemas de segurança. Embora essas práticas sejam importantes, elas são comumente executadas apenas nas etapas finais do ciclo da aplicação, tornando a remediação de eventuais vulnerabilidades encontradas um processo custoso e demorado para as equipes.
É aqui que entra o conceito de DevSecOps. DevSecOps é a ideia de incorporar a segurança diretamente no ciclo de vida do desenvolvimento de software. Em vez de tratar a segurança como uma preocupação secundária, que é executada apenas nas etapas finais, ela é considerada desde o início do processo de desenvolvimento até a implantação e além, em um movimento conhecido como Shift Left.
Ao adotar o DevSecOps, os desenvolvedores trabalham em estreita colaboração com as equipes de segurança para identificar e mitigar as vulnerabilidades assim que são descobertas. Os testes de segurança são incorporados às fases de desenvolvimento e todos os membros da equipe são responsáveis por garantir a segurança do código. Isso ajuda a criar uma cultura de segurança, onde todos estão conscientes das consequências das vulnerabilidades no código e trabalham ativamente para evitá-las.
Existem várias práticas e ferramentas que podem ser usadas no contexto do DevSecOps para garantir a segurança do código. Aqui estão algumas delas:
1. Análise automatizada de códigos fonte: Ferramentas de análise estática automatizada podem ser usadas para identificar vulnerabilidades de segurança no código fonte. Elas podem detectar problemas como vazamentos de memória, falhas de autenticação, injeção de código, entre outros. Essas ferramentas podem ser integradas diretamente aos fluxos de trabalho de desenvolvimento, para que os desenvolvedores possam identificar e corrigir as vulnerabilidades em tempo real.
2. Revisões de código: A revisão de código é um processo no qual os desenvolvedores revisam o código uns dos outros, com ou sem o apoio de ferramentas, em busca de possíveis vulnerabilidades. Essas revisões são feitas de forma colaborativa e podem ajudar a identificar problemas que podem não ser capturados pelas ferramentas de análise automatizada. Além disso, as revisões de código podem ajudar a disseminar boas práticas de programação e conscientizar os desenvolvedores sobre os possíveis problemas de segurança.
3. Automação de testes de segurança: Testes de segurança automatizados podem ser usados para simular os ataques comuns que podem ser direcionados ao sistema. Isso inclui testes de penetração, testes de injeção, testes de acesso não autorizado, entre outros. Esses testes podem ajudar a identificar vulnerabilidades que podem passar despercebidas em análises estáticas ou dinâmicas.
4. Configuração segura: Garantir que todas as configurações de infraestrutura, em ambientes em nuvem ou aplicações terceiras, e configurações de segurança estejam definidas adequadamente, seguindo as diretrizes e melhores práticas recomendadas. Um ambiente mal configurado pode gerar brechas para atores maliciosos explorarem no futuro.
5. Treinamento de segurança: Investir em treinamentos e conscientização dos desenvolvedores sobre as melhores práticas de segurança, para que eles possam tomar decisões bem fundamentadas e escrever código seguro desde o início, com base em diversos frameworks de mercado.
6. Monitoramento contínuo: Mesmo após a implantação do sistema, é essencial monitorar continuamente as atividades e comportamentos do aplicativo. Isso ajudará a identificar atividades maliciosas ou suspeitas que possam comprometer a integridade do sistema, e gerar consequências negativas, perdas de dados, acesso indevido e perda de reputação, assim como sanções de valor considerável.
A quantidade de aplicações essenciais cresce diariamente, e cada vez mais serviços são migrados pra este modelo. Ter tal infraestrutura crítica presente na internet é um prato cheio para o cibercrime, que certamente colocará a prova a segurança de suas aplicações. É imprescindível, então, desenvolvê-las com esse viés de segurança desde o início, sanando eventuais vulnerabilidades em códigos fonte e/ou erros de configuração cedo, permitindo que o ciclo de desenvolvimento seja eficiente e seguro, e poupando tempo e dinheiro no processo.
A Future conta com soluções e serviços especializados para incorporar a segurança em todas as etapas do ciclo de vida da aplicação, assim como serviços de capacitação e treinamentos para prover o conhecimento necessário ao seu time de desenvolvimento.
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